Deformidade Nasal na Fissura Labial Bilateral
Henrique Pessoa Ladvocat Cintra
INTRODUÇÃO
Dentre as fissuras labiopalatais, é a fissura bilateral a ue maior comprometimento estético e funcional traz ao nariz.
Sem a referência de um lado normal, a fenda bilateral tem um aspecto que justifica plenamente a antiga denominação de lábio leporino.
As alterações dentoesqueléticas são mais complexas do que na fenda unilateral e repercutem acentuadamente sobre as estruturas nasais.
A grande variação na forma de apresentação da fenda bilateral exige uma análise particularizada para o planejamento da cirurgia corretiva, que será orientada pela classificação da fissura, tamanho da pré-maxila e sua relação com a maxima, das características do prolábio, do grau de deformidade nasal e, nos casos secundários, de acordo com a técnica previamente utilizada.
A correção da deformidade nasal na fissura labial bilateral será o tema central deste capítulo, embora alguns aspectos da cirurgia labial de repercussão para a abordagem nasal também sejam revisados.
ETIOPATOGENIA
Primariamente, causas extrínsecas, como o defeito esquelético subjacente e o desequilíbrio das forças musculares na fissura labial levando a distorção mecânica, parecem constituir a explicação mais provável da deformidade da estrutura cartilaginosa nasal já observada na vida intrauterina.
Além desses fatores extrínsecos, não se afasta a possibilidade de que a alteração da composição molecular da matriz cartilaginosa possa acarretar maior fragilidade mesmo que não seja observada diferença quantitativa dos condrócitos, quando analisados casos unilaterais.
Sendo assim, o mais provável é que haja uma combinação desses fatores na gênese dessa deformidade.’
BASES ANATÔMICAS
O nariz fissurado tem como características principais o deslocamento das cartilagens alares, a interrupção do esfinc-ter muscular no soalho narinário, deficiência de partes moles no soalho nasal a fixação das cartilagens acessórias da cruz lateral das alares na fossa piriforme, inserções musculares